Com o passar dos anos, o corpo do pet muda. O fôlego pode diminuir, a agilidade já não é a mesma e o tempo de recuperação após o esforço físico costuma aumentar. Ainda assim, a ideia de que pets idosos devem parar de brincar é um mito que precisa ser desconstruído.
Para cães e gatos em fase sênior, as brincadeiras continuam sendo uma parte importante da saúde. Elas ajudam a manter a mente estimulada, reforçam o vínculo com o tutor, evitam o sedentarismo e promovem bem-estar. Quando adaptadas à realidade de cada pet, tornam-se aliadas no cuidado diário.
“Muitos pensam que, ao chegar a certa idade, os animais precisam diminuir o ritmo, mas é o contrário. Brincadeiras e práticas que estimulem o pet a manter-se ativo são muito bem-vindas”, explica Thiago Teixeira, veterinário e diretor geral do Nouvet, centro veterinário de nível hospitalar em São Paulo.
Brincar com leveza: o que funciona melhor com pets idosos
A escolha da atividade deve considerar limitações físicas, estado geral de saúde, diagnóstico de doenças crônicas e a própria personalidade do pet. A ideia não é exigir, mas oferecer estímulo de forma segura e prazerosa.
Entre as opções mais bem aceitas para cães e gatos idosos estão:
- Jogos de olfato, como esconder petiscos pela casa e estimular a busca
- Brinquedos recheáveis com ração úmida ou snacks
- Quebra-cabeças e desafios de comida, que mantêm o pet engajado com calma
- Brincadeiras com varinhas para gatos, com penas ou cordões de movimento suave
- Escaladores em alturas acessíveis, que permitam exercício sem risco de queda
- Sessões curtas de pega leve com bolinhas ou mordedores macios
A chave está na adaptação. Cada pet responde de um jeito. Alguns preferem brincadeiras solitárias. Outros valorizam a interação com o tutor. O importante é respeitar o ritmo e a disposição do momento, sem forçar atividades que gerem desconforto.
Cuidados que devem acompanhar as brincadeiras
A atividade física precisa ser estimulante, mas não exaustiva. Corridas intensas, pulos altos, circuitos com obstáculos ou jogos que exijam movimentos bruscos devem ser evitados, principalmente em pets com histórico de osteoartrite, doenças cardíacas ou alterações neurológicas.
As brincadeiras também não substituem o acompanhamento veterinário. Um pet que brinca menos pode estar com dor, cansaço ou outra limitação que merece ser investigada. E antes de introduzir uma nova rotina de atividades, vale conversar com o profissional que acompanha o caso.
“Elas [brincadeiras] devem ser adaptadas conforme as limitações individuais e físicas do animal, respeitando suas particularidades, além de outras comorbidades que o animal possa ter”, orienta Thiago Teixeira.
A longevidade com qualidade começa na rotina. Brincar, mesmo que por poucos minutos ao dia, pode ser o que falta para que o pet idoso se sinta incluído, valorizado e emocionalmente ativo. Estímulo também é cuidado e nunca perde o valor, não importa a idade.